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segunda-feira, 16 de maio de 2016

O "achismo" na Doutrina Espírita


O “ACHISMO” NA DOUTRINA ESPÍRITA


Nota-se todo o trabalho da espiritualidade superior para nos trazer o Consolador prometido por Jesus; verifica-se, pois, todo o empenho e dedicação de Allan Kardec  (o codificador) utilizando-se de metodologia científica, de critérios rígidos buscando ser o mais fiel possível às mensagens trazidas pelos espíritos.

a razão é imprescindível, assim nos ensinou o próprio Kardec, no entanto, vê-se hoje, interpretações duvidosas e equivocadas da Doutrina Espírita. Não estamos aqui fazendo apologia a “pureza”, mesmo porque há interpretações errôneas sobre o tema. Devemos, sim, manter a Codificação tal qual nos foi entregue.

Há muito tempo vários autores espirituais trazem mensagens acerca da manutenção intacta da Doutrina Espírita; sem achismo e/ou interpretações levianas que podem colocar em risco todo o trabalho de amor dessa Cartilha Divina.

Doutrina que nos descortina a vida como um todo, ou melhor, além do todo; que nos consola e nos dá suporte para que possamos buscar a nossa tão desejada, no entanto, tão difícil reforma íntima.

Tal preocupação trouxe a necessidade do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, como nos alertou o espírito de Angel Aguarod, em 1976:

“Cabe, pois, aos Espíritas, responsáveis pelo Movimento Espírita, uma ampla tarefa de divulgação das obras básicas da Doutrina, promovendo um estudo sistemático, com chamada de atenção para os aspectos que estão colocados à margem, com graves prejuízos para a assimilação correta dos princípios e bases do Espiritismo e de sua missão. Recomendaríamos, portanto, o estudo de um plano amplo no sentido de esclarecer os mais responsáveis pela dinamização do Movimento Espírita, da importância do estudo, da interpretação e da vivência do espiritismo”.

Kardec também demonstrou essa preocupação, no livro Obras Póstumas, segunda parte, Projeto 1868, Ensino Espírita:

“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do espiritismo e sobre suas consequências”.

Verifica-se, portanto, essa inquietude no tocante a manutenção intacta da Doutrina Espírita.

As obras básicas da Codificação não são como as leis humanas que precisam sempre de ajustes, face a dinâmica da vida, consoante o progresso material e social da humanidade. Afinal sem regra de conduta não seria possível uma vida em sociedade.

Não olvidemos as investidas de espíritos menos esclarecidos que se utilizam das nossas mazelas morais, como o orgulho, o egoísmo e a vaidade para tentar atrapalhar a divulgação da Doutrina Espírita.

Percebe-se esse cuidado no livro: Amanhecer de uma nova era, psicografada por Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito de Manoel Philomeno de Miranda, Editora Leal, 1ª edição, Ano de 2012, páginas 19 e 20, assim descreve:

“O Espiritismo, por sua vez, vem sendo sacudido por tormentas internas no movimento, gerando dissensões, filhas diletas da presunção, chegando-se ao ponto de contestar as bases da Codificação, ou apresentando-se falsas técnicas travestidas de científicas, de experiências pessoais, de informações mediúnicas não confirmadas pela universalidade do ensino.

Novos missionários surgem de um para outro momento, a si mesmos atribuindo realizações superiores e mergulhando em tormentosas obsessões por fascinação, assim como se apresentam novidades estapafúrdias que levam o bom nome da doutrina ao ridículo, pela maneira como são expostas as teses infelizes, nascidas na vaidade daqueles que são médiuns ou não.

Torna-se imprescindível o retorno às fontes evangélicas e às origens do movimento doutrinário totalmente destituídos de autoridades, de especialistas, de detentores de títulos universitários e arrogância intelectual, volvendo-se à simplicidade e ao serviço eminentemente cristão”.

Como vimos, a preocupação se justifica e vem do plano superior. È mais do que óbvio! Ora, se o planeta ainda é de provas e expiações, onde o orgulho, o egoísmo e a vaidade imperam; os espíritos recalcitrantes, por intermédio da sintonia mental encontram campo mais do que fértil para atuarem. Um verdadeiro passeio!

Somente há uma maneira eficaz para evitar que sejamos reféns e presas fáceis daqueles que nos querem confundir; é estudar, com seriedade, as obras básicas da Doutrina Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Conhecer é a melhor forma de defesa!

Não há lugar no Espiritismo para o achismo, para modismos, para as interpretações levianas, infectados pelo orgulho e vaidade. A Codificação Espírita não é algo que se esgota, que precise de atualizações. Quem somos nós para propor mudanças na Doutrina Divina? Foram necessários Espíritos de Escol para tamanha tarefa de amor!

Não podemos ter a arrogância de acharmos que temos tamanha competência moral para tão sublime tarefa; logo nós, repise-se, encarnados ainda, num planeta de provas e expiações. Queridos irmãos e irmãs, a vigilância é necessária, o estudo é indispensável!

Lembremos-nos, ainda, que nem todo livro que nos apresentam como espíritas, os são; por isso se faz necessário o estudo das obras básicas, para que possamos obter o conhecimento da Doutrina, e, assim nos qualificar para identificar as obras realmente espíritas. Não que os livros com temáticas espiritualistas não sejam bons, muito pelo contrário; muito chegaram ao Espiritismo por intermédio desses livros; mas é importante termos o conhecimento para não sermos confundidos. No Espiritismo não há teses estapafúrdias e absurdas, sobrenaturais; tudo emana de Deus.    

Por: Sidney de Jesus Cruz